domingo, 5 de abril de 2009

Abril despedaçando?

Adílson foi taxativo a algumas semanas sobre o rodízio: a finalidade era fazer o time chegar a seu ponto máximo em Abril, quando começam as fases decisivas de Libertadores e Campeonato Mineiro. Parte da torcida não gostou; Se parece claro que todos querem a conquista da América, alguns ainda se dividem com as zoações de toda segunda-feira com os abelhudos colegas de trabalho.

Mas parece que o planejamento vai sendo seguido de maneira coerente. Enquanto os times do interior (e alguns outros da capital) chegam extenuados ao fim das partidas, o Cruzeiro sobra. O time não para de apertar, morder, correr, e vai ganhando todas as divididas, na raça e na velocidade.

O futebol de Ramires voltou a ser o que era: de outro mundo. Extremamente vertical, Ramires já fez todas as funções de meia cancha e ainda aparece pra dar assistências e fazer gols. Findos 40 minutos do 2o tempo, ele ainda é incisivo e perigoso nas arrancadas.

Marquinhos Paraná continua jogando o fino, limpando a cabeça de área, e já se solta pra chegar à frente, dar passes e concluir a gol.

Kléber hoje parece outro jogador, quando se lembra do camisa 30 do Palmeiras. Se ainda prende demais a bola, consegue sempre armar uma opção ofensiva de qualidade, tem o temperamento sob controle e o melhor de tudo, é artilheiro. Se jogando ao lado de Alex Mineiro ele era apenas um Gladiador, hoje ele é um Matador.

Fabrício ainda se mostra instável, mas proporciona grandes lances. Henrique tem melhorado bastante, assim como Jancarlos, que cruza com muita qualidade, apesar de momentos displicentes em campo.

O jogo de hoje foi exemplar: com boa parte de jogadores considerados reservas, o Cruzeiro soube administrar o resultado favorável até que a parte física fizesse diferença. E o resultado foi tão elástico quanto o desempenho físico da armada Celeste.

Agora vamos a La Plata, em busca dos 3 pontos. Uma vitória na Argentina seria a prova final de que, se eventualmente o planejamento não trouxer resultados, pelo menos foi feito com qualidade. Até a próxima batalha.

Valendo a vaga na semi-final

É hoje que será decidido o futuro do Cruzeiro no Campeonato Mineiro. Era para ter sido ontem, mas graças a FMF e a Rede Globo não será. Enfrentaremos o Tupi em Juiz de Fora, com a vantagem de poder perder por até um gol de diferença, graças ao placar de 1x0 conquistado no Mineirão. E o Cruzeiro tem tudo para passar, já que tem um time muito mais qualificado do que o Tupi, e, principalmente, o time de Juiz de Fora terá que partir para o ataque, abrindo brechas para o forte ataque celeste.  

O time, que deve poupar alguns titulares (Leonardo, Jonathan e possivelmente Marquinhos e Ramires), acredita que tem de tudo para sair classificado do Estádio Radialista Mario Helênio. E tem mesmo. E se possível, é bom construir um resultado já na primeira etapa, para se poupar no segundo tempo, já que quarta-feira, tem jogo pela Libertadores, que é MIL vezes mais importante que o fraco Campeonato Mineiro.  

O que mais me alegra neste jogo, é saber que o Bernardo deve continuar na equipe titular, sendo a sua terceira partida seguido. E, provavelmente, ele deve jogar em La Plata também, contra os argentinos do Estudiantes. Bernardo x Verón, um belo duelo, hein? Mais isso é para quarta, hoje veremos Bernardo x Hugo.  

TUPI: Gonçalves, Serginho, Reginaldo, Rodrigão e Michel; Bruno Ramos, Darlan, Robson, Hugo e Márcio Carioca; Ademilson.  
Técnico: Leonardo Condé.  

CRUZEIRO: Fábio, Jancarlos, Thiago Heleno, Gustavo (Léo Fortunato) e Gérson Magrão; Fabrício, Elicarlos (Marquinhos Paraná), Henrique (Ramires) e Bernardo; Kléber e Soares. 
Técnico: Adilson Batista  

Estádio: Mário Helênio, Juiz de Fora (MG).  
Data: 05/04/2009.  
Árbitro: José Henrique de Carvalho (SP) - Asp. FIFA. 
Auxiliares: Anderson José de M. Coelho (SP) e Vicente Romano Neto (SP).
Transmissão: A Globo Minas transmite a partida ao vivo. O Premiere, pelo sistema pay-per-view, mostra para todo o país.

sábado, 4 de abril de 2009

Drops e Seleção Brasileira

* Repercutiu bastante a entrevista do Adílson ao Cosme Rímoli, onde o técnico faz duras críticas a imprensa mineira. Suficiente pra abafar todas as outras pautas recorrentes (rodízio, (des)entrosamento, reclamações de Anderson), a entrevista trouxe de novo apenas a indignação do comandante quanto a uma coisa já tomada como verdade pela torcida Celeste. Correta ou não, parece que o fim da história é: imprensa ainda mais ácida com o time e a maioria da torcida cada vez mais fechada com o técnico. A conferir.

* Bernardo deve fazer nessa semana duas partidas de grande importância como titular. Pra quem (como eu) espera muito do garoto, será um prato cheio. Uma vitória em La Plata seria o estopim pra uma arrancada gloriosa nos próximos meses.

* Dirceu Lopes deu uma passada na Toca, e acabou por ser apresentado (se é que ele precise de apresentações) ao elenco Celeste, e constatou o que a torcida tem acompanhado: Kléber está muito tranquilo. A mudança de postura começou radicalmente, levando um chute no rosto e sequer esboçando reação.

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Sobre os jogos da Seleção, fica claro que apesar de nenhum torcedor cogitar Ramires como desfalque em qualquer certame do Cruzeiro, a presença dele traria um nível de qualidade enorme pro meio campo canarinho. Mas Dunga parece se fechar entre os seus "queridinhos", aqueles que não tem vergonha de dizer que a altitude foi determinante pro péssimo jogo, mesmo sabendo que apenas 2 titulares do adversário ainda jogam na cidade.

E vemos hoje o reserva do Augusto Recife como titular absoluto. Claro que pra quem o conhecia no Brasil, seu futebol parece ter melhorado MUITO, mas ainda não me parece jogador de Seleção pentacampeã. A sorte do Felipe é que joga ao lado do Gilberto Silva, que consegue estar ainda mais abaixo da crítica que o ex-cruzeirense.

sábado, 28 de março de 2009

Novo Reforço na Toca da Raposa


sexta-feira, 27 de março de 2009

Quartas-de-final: Cruzeiro x Tupi

por Keeper*

E lá vamos nós para o mata-mata do Campeonato Mineiro, nação. Graças a este regulamento que beira o ridículo, oito times em doze se classificam. Chega a parecer um absurdo um campeonato com 12 times ter uma fase por pontos corridos e um mata-mata com quartas-de-final. Mas como não podemos fazer nada, vamos ao jogo.

O nosso adversário será o Tupi. O time de Juiz de Fora, que fez uma bela campanha ano passado, sendo eliminado de forma duvidosa pelo Atlético. Este ano, entretando, o clube não repetiu a campanha de sucesso. Terminou em sétimo, e só conseguiu a classificação na última rodada. Na Copa do Brasil, quando pareceu que iria surgir como uma surpresa, ao vencer o Criciúma em casa por 2x0, foi para Santa Catarina e perdeu por 3x0, sendo eliminado. O ponto forte do time, é o bom atacante Ademilson.

O primeiro jogo, será aqui no Mineirão, devido ao Axé Brasil, que utiliazará o Mineirão (e que vai acabar com o gramado, denovo). O ideal é construir um bom placar logo de cara. Todavia, sabemos que isso não é nada fácil, pois este mesmo Tupi arrumou um empate aqui no Mineirão, jogando com uma retranca bem armada, num jogo onde nada deu certo para o Cruzeiro. Enfim, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar (embora saibamos que essa história é balela, e que é cientificamente comprovado que um raio pode cair várias vezes em um só lugar).

Provável escalação:

Cruzeiro: Fábio; Jonathan, Leo Fortunato, Leonardo Silva e Gerson Magrão; Fabrício , Marquinhos Paraná, Ramires e Bernardo; Wellington Paulista e Kléber

Tupi: Gonçalves, Serginho, Reginaldo, Rodrigão e Michel; Bruno Ramos, Marcel, Léo Salino e Hugo (Rodrigo Mucarbel); Marcio Carioca e Ademilson.

Meu palpite:

Acredito que ganhemos por 3x0, pois agora é mata-mata, e o Cruzeiro, sempre cresce quando precisa.


* Cruzeirense fanático e grande conhecedor de nossa história, Keeper ficará a cargo dos tópicos sobre os jogos no História e Conquista. Seja bem-vindo!

Penalty e Lágrimas

Enquanto o grande público assistia aos melhores momentos da Copinha, um jogador se destacava. Habilidoso, veloz, abusado, o garoto do Cruzeiro batia faltas com precisão. Artilheiro.

A Copinha se foi, e vida que segue. Bernardo foi tendo oportunidades pequenas em alguns jogos, e a cada toque na bola, a expectativa aumentava. No jogo de estréia, tímido, apenas um lance mais elaborado. Um, dois marcadores, três... e a falta. "Parece ser bom o garoto", pensei.

As chances foram sendo dadas, a conta-gotas, e o garoto mostrou crescimento. Depois de alguns gritos vindos da beirada do campo (e prováveis muitos outros nos treinos), Bernardo se encaixou no time com incrível velocidade.

Bernardo é sinônimo de inesperado. E assim foi, quando finalmente seria o dono da camisa 10. A uma velocidade estonteante, o maestro dita o ritmo do que seria uma grande sinfonia. Toque esperto de lado, gol do Magrão. Domínio na área, penalty. O menino queria bater... Calma garoto, calma. Kléber bate, 2x0. Noite inspirada...

No 2o tempo, os gols foram saindo... 3, 4, festa. Mas o melhor da noite ainda estava por vir.

Bernardo domina na ponta esquerda. Levanta a cabeça, procura a opção na área, não há ninguém. Quando não há o que fazer, que se faça alguma coisa! Uma leve cavadinha na bola, a aposta na corrida, e um adversário que não quer perder a viagem. PENALTY! Que noite!

Bernardo abraça a bola, uma intimidade de grandes jogadores... Kléber olha pro professor. Adílson, sereno, e um gesto. Não ouvi som, mas tenho certeza que escutei "vai lá, deixa o menino bater..."

Pernas estendidas, um respiro fundo, e a força. Não houve chances pra mão do goleiro. Naquela não haveria goleiro com mãos suficientes.

O camisa 10 corre, como se não soubesse o que fazer. Instante de felicidade, de explosão, de coroação de uma noite que era dele. E como um desses, que chamamos de forte, vieram as lágrimas... E aquele tapa na cabeça, aquele jeito companheiro de dizer "muito bem, garoto". Bernardo é o inesperado, o novo, a diferença. O prólogo de uma história que esperamos, seja forjada de capítulos vencedores, heróicos como as estrelas que ele agora carrega no peito.

Boa sorte, Bernardo.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Adílson vai...

passar raiva em você, caro colega. Você que lê, vai ganhar fios e fios de cabelo branco por culpa de nosso treinador. Ele vai botar time misto nas quartas do mineiro. Vai usar o Henrique. Vai empatar com times ridículos do interior, jogando pro gasto. Você vai reclamar, vai espernear. RODÍZIO? Pardílson! Você é louco? Passar com 2 empates? Gérson Magrão, você não sabe dominar UMA bola? É assim que você usa nosso time caro? Onde estão nossos 100%?

E a final do campeonato vai chegar. Você vai se irritar, porque o buzinaço (ou seria zum-zum-zum de abelhas histéricas) será interminável, insuportável. O vizinho, aquele mesmo, vai contar vantagem. "10 jogos? Antes Tardelli do que nunca!"

E você, como bom torcedor, vai pegar seu manto, meio surrado, com aquele aspecto "boa-fase-a-camisa-gasta-mesmo". E o frio na barriga de todo clássico vai novamente aparecer.

E aí que a camisa pesa. Que os fortes sobrevivem. E que se separam meninos de HOMENS. E que os 10 jogos se tornem 12. E que haja verborragia, que o senhor que se diz "o salvador da pátria alvi-abelha" babe no microfone da televisão.

E que eu seja melhor profeta, que escritor...

terça-feira, 24 de março de 2009

Vamos Ramires!

O queniano passa por uma fase difícil. E como todo jogador com potencial, com qualidade, a cobrança é inevitável. É difícil ver o grande jogador do time hoje sem mostrar toda sua capacidade, principalmente porque isso influencia radicalmente no desempenho da equipe.

E assim, em qualquer rodinha de amigos, se discute a melhor maneira de voltar a ver o futebol de poucas semanas atrás, incisivo, rápido, letal.

Convenhamos, a torcida não gosta do Adílson. Aprendeu a aceitá-lo, porque viu que ele não vai sair, e se sair, provavelmente não terá um substituto mais capacitado. Ele é culpado de tudo o que acontece com o time, e a má fase do Ramires já é creditada a ele, pois escala o time. Ramires tem jogado mais adiantado, deixando de ser o tão falado "elemento surpresa" da equipe. Será?

Ramires chegou ao Cruzeiro, fazendo uma saudosa dupla de volantes com Charles. Ambos os jogadores eram valorizados pela torcida pela raça, mas Ramires não era o grande jogador do time. Era um bom volante, com uma saída rápida, mas não era o destaque do time e não resolvia jogos. Jogando com apenas 2 volantes, o Cruzeiro fica vulnerável. E Ramires não rende o que pode, longe disso.

Então, jogando protegido por mais um volante marcador (Fabrício), tanto ele quanto Charles puderam mostrar uma grande capacidade de apoio. Ramires iniciou 2008 absoluto, chegando sempre como elemento surpresa e começou a fazer gols. Ainda eram 3 volantes.

Com a saída de Charles, Ramires deixou de ser mais um dos coadjuvantes e virou o dono do time. Adiantado ainda mais, jogando quase ao lado de Wágner, o queniano passou a fazer gols e assistências sistematicamente. A melhor fase de Ramires foi jogando como meia!

Não há porque culpar o desenho tático do time pela fase ruim; foi com esse esquema que ele cresceu e se tornou o craque que é hoje. Oscilações são naturais num jogador de tão pouca idade, mesmo que ele já tenha dado mostras de que tem uma personalidade forte pra alguém tão jovem. A preparação física também cobra seu preço, já que o time do Cruzeiro se prepara para estar na capacidade máxima nos jogos do fim de Abril.

Só nos resta torcer, porque futebol ele tem. E no Brasil, melhor do que ninguém.

Qual o objetivo?

Após o último jogo, boa parte da torcida (principalmente aquela que frequenta as comunidades no orkut), demonstrou um elevado grau de insatisfação com a situação cruzeirense no campeonato, em especial com a perda da liderança pro pequeno rival e uma suposta falta de comprometimento do time com o campeonato local.

É a torcida que popularizou o nome "rural" pro campeonato, que considera o torneio uma pré-temporada de luxo (o que eu concordo plenamente), que vê como a "gota d'água" a perda da liderança, em um campeonato que não é prioridade, e que se esquece que, querendo ou não, do outro lado há um adversário com aspirações no campeonato, que se prepara exclusivamente pra isso e que tinha 100% de aproveitamento em sua cancha.

Nosso rival abelhudo se dedica exclusivamente (Copa do Brasil? Ah tá.) a um campeonato disputado em gramados que não devem nada aos piores pastos de criação de gado do País. A contrapartida é óbvia: um departamento médico inchado com jogadores em início de temporada com problemas graves no joelho.

Vamos aos fatos: a prioridade é a Libertadores, e time e comissão técnica parece que aprenderam com o ano que se passou. Tivemos consequências graves no jogo contra o Caracas por levar a sério um jogo que tirante a rivalidade, não valia nada e nos trouxe vários problemas de contusão. Enquanto muita gente se revolta até hoje por uma atuação pavorosa em Potosí, esquece que poderíamos ter saído da Venezuela também com os 3 pontos, e quem sabe ter sorte diferente na competição. Foi o que foi feito esse ano, e conseguimos pontos valiosos nos jogos fora de casa.

Esse papo de que "devemos ficar em primeiro nesse campeonato mineiro" é absurdo., a partir do momento em que a prioridade NÃO É ESSA. E o futebol mudou! Qualquer time da 1a (ou até da 2a) divisão dos estaduais tem um calendário de preparação física que privilegia os 2 meses de competição. Achar que vamos ganhar todas desses time é um absurdo, num futebol onde hoje TODOS correm na mesma quantidade, e a imposição física evita placares dilatados e faz com que a diferença técnica seja menos discrepante.

Por isso tudo, vamos com calma nas avaliações. 2009 tem que ser diferente do ano que passou. Ganhar a final do estadual por um placar dilatado é legal, mas o foco deve ser na Libertadores. Essa é a competição que faz parte da nossa história, e faz parte do nosso orgulho.

Primeiro post!

Começa aqui um blog diferente e opinativo. Uma maneira de dar voz a um pensamento na maioria das vezes diferente. Sejam bem-vindos e apreciem a casa...