sexta-feira, 2 de abril de 2010

Análise Tática - Cruzeiro x Vélez

Outro dia eu li um texto intitulado "O que Adílson não vê (ou finge que não vê)", do Marcelo Machado. Falava do problema na lateral esquerda e da falta de futebol de Paraná e Gilberto. Na época eu achei que ele realmente "fingia", já que tinha tirado o Diego Renan várias vezes pra arrumar a marcação e tem substituído o Paraná, que raramente saía dos jogos.

No jogo contra o Vélez, tudo foi arrumado. A preferência pelo Thiago Heleno em detrimento de Caçapa e Gil parece óbvia, porque ele é o único zagueiro que, fazendo dupla com Léo Silva, joga pela esquerda. E sendo o zagueiro mais rápido do elenco, a cobertura nas costas do Diego Renan finalmente começou a funcionar.

Mas se o zagueiro sai pra cobrir a lateral, alguém tem que fechar o meio. Fabinho, por ser um volante relativamente lento e alto, caiu como uma luva plantado na cabeça de área. Sai pro jogo e faz bem a saída, mas é contido e se torna o "zagueiro-pelo-meio" quando Léo e Thiago vão cobrir as subidas dos laterais.

Outro problema é a cobertura do Jonathan. Com o Fabinho de líbero e o Paraná mais lento, ter o Henrique pela direita facilita e deixa o lateral despreocupado pra subir.

Com o Paraná também mais lento pela esquerda, não há espaço pra toques curtos e movimentação; Então, o Diego Renan passou a jogar de lateral, e menos como ala. Ele só sai na boa, com espaço pra jogar, e quem aparece pra fazer parceria com ele é o Gilberto. Não vai ser o mesmo que acontece pela direita, porque o atacante daquele lado é o Kléber, que segura a bola.

A movimentação dos atacantes foi fora de série. Dos times brasileiros na Libertadores, o Cruzeiro é o ÚNICO que consegue jogar sem referência fixa na área. Num campo grande, que os zagueiros são geralmente pegos de calça curta pela correria, fica difícil marcar. Por isso teve um gol pelo meio, outro pela esquerda e outro pela direita.

Gilberto ainda dá aquele toque de qualidade, mas tem aparecido pouco. Talvez, pela idade, ele demore um pouco mais pra entrar no ritmo do time. Quando chegou ele também errava bisonhamente, mas com 2 ou 3 toques mais precisos durante o jogo ele foi ganhando confiança.

Roger é a opção natural e provável titular. O time tem 1 trio pela direita (Jonathan, Henrique, Thiago) e outro pela esquerda (Diego, Paraná e Kléber). Em alguns momentos, como foi contra o Estudiantes em todas as partidas ano passado, os 2 trios ficam "presos". A solução é simples: alguém tem que jogar pelo meio, que é como saiu o gol do Henrique na final, e como saíram os gols do Kléber na fase de grupos.

Esse jogo pelo meio ainda carece de aperfeiçoamento. A saída do Thiago, como foi no 3o gol, é uma amostra. O gol do Roger da entrada da área contra o América-TO e a jogada contra o Colo Colo são outros exemplos.

Taticamente, parece que a defesa se encontrou, e é o mais importante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário